O
dia 30 de agosto de 2013 foi um dia de manifestações por todo o país. A classe
trabalhadora, unida através de seus sindicatos e de suas centrais sindicais,
demonstrou com suas reivindicações que não ficará mais de braços cruzados
esperando a classe dominante ampliar sua exploração. O Brasil entrou em outra
fase de sua história. O povo não vai mais admitir ser ludibriado e explorado
como vem sendo há séculos, pois aprendeu o caminho da luta. As ruas são o lugar
em que os trabalhadores precisam estar, pois somente a luta muda a vida.
Exemplos seguem desde as primeiras manifestações ocorridas em São Paulo e
depois as demais que se espalharam pelo país inclusive pelas cidades do
interior. O Congresso Nacional rejeitou e ou aprovou projetos de leis que iriam
contra ou a favor dos interesses do povo.
Em
Patrocínio, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de MG, SindUTE, juntamente
com o Sindicato dos Empregados no Comércio de Patrocínio e Região, o MST, a
CSP- Conlutas (Central Sindical e Popular), e outros trabalhadores de
diferentes categorias, se reuniram algumas vezes com o intuito de realizar uma
manifestação que contemplasse as reivindicações nacionais, estaduais e
municipais da classe trabalhadora. A manifestação foi divulgada amplamente
através de panfletos, chamadas em uma rádio local, face book e boca a boca
junto às respectivas bases das categorias e movimentos. Contudo, a adesão à
manifestação foi extremamente pequena.
Os
lutadores que buscam um mundo onde não haja desigualdades e o homem possa viver
com dignidade tendo o resultado de seu trabalhado sendo usufruído pelo próprio
trabalhador e não por um grupo de proprietários capitalistas que só pensam
neles próprios, estiveram presentes, pois esses não fogem à luta. Contudo, a
participação, devido a tudo que vem acontecendo no Brasil e em Patrocínio
deveria ter sido muito maior, mas a lógica nesse caso não deve ser colocada em
pauta e sim deve ser feita uma análise dialéica.
Precisamos
entender porque a maioria do povo patrocinense se nega a participar de um ato
que busca reivindicar melhorias para sua vida. Primeiro podemos partir da ideia
de que ninguém, em Patrocínio, enfrenta problemas econômicos e consequentemente
sociais. Mas isso não pode ser verdade, pois quem recebe um salário mínimo no
final do mês não consegue atender às necessidades básicas de sua família. Os
professores, com um subsídio de R$1.386,00, não podem estar satisfeitos depois
de terem estudado tanto e exercerem uma profissão de extrema importância para a
humanidade. Enfim, a classe trabalhadora brasileira está sendo explorada cada dia
mais e no caso específico de Patrocínio o problema é que o povo não reage
diante de tantas aberrações. Essa é a única cidade que conheço que possui um
centro universitário e que não tem uma juventude atuante no movimento de luta.
Enquanto todas as cidades vizinhas os professores da rede pública estadual paralisaram
suas atividades para reivindicarem junto ao governo Anastasia seus direitos em
Patrocínio não tivemos adesões.
As
pessoas, independente do fazem na vida, não estão entendendo o que está
acontecendo, principalmente sobre o que os governantes estão fazendo contra nós
e também contra as gerações futuras. O pior é que se as pessoas não querem
lutar por seus próprios direitos, imaginem então r.lutar pelos direitos dos
outros. Parece que não vão lutar nem pelos direitos dos filhos.
Essa
alienação é provocada pelo próprio sistema capitalista que embute na cabeça das
pessoas que está tudo bem e que por isso não há necessidade de ir para as ruas lutarem
e caso haja essa necessidade os capitalistas exploradores conseguem fazer com
que as pessoas entendam que ir para as ruas é feio e vergonhoso. No lugar de
reivindicar seus direitos, as pessoas embevecidas com uma alienação
assustadora, preferem consumir bebida alcoólica nos bares, ir a alguma loja
comprar uma roupa da moda ou mesmo ir para casa assistir novela ou qualquer
outro programa alienante. Enquanto isso, aqueles que não desistem de construir
um mundo melhor estão nas ruas lutando por todos.
É
importante que os trabalhadores patrocinenses reflitam sobre o que estão ou não
estão fazendo para reivindicar seus próprios direitos. A luta existe em todo
país, inclusive em Patrocínio, e é vergonhoso deixar que outras pessoas a
realizem para que no final todos sejam vitoriosos sem mesmo terem tido
conhecimento do processo que levou a essa vitória.
É
importante deixar claro que mesmo sem a participação das pessoas diretamente
interessadas nas mudanças propostas e necessárias para a humanidade a luta em
Patrocínio continuará, pois aqui existem pessoas que não se calam diante das
atrocidades que acontecem no país e em Patrocínio.
Se
alguém mais quiser se unir aos que lutam, aos que não tem medo de se
identificarem, àqueles que não são alienados e sabem da necessidade da luta
para mudar a vida é só entrar em contato, pois está na ordem do dia a luta pela
mudança de Patrocínio, de Minas Gerais, do Brasil e do mundo. Não é porque não
tivemos grande adesão no movimento convocado que iremos desistir da luta, pois
somente a luta muda a vida.
Professor Gilberto José de
melo
Coordenador do SindUTE
Subsede de Patrocínio
Militante da
CSP-Conlutas
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