Essa semana presenciamos na mídia mais uma notícia lastimável vinda do Haiti. Até domingo (24) cerca de 250 pessoas já haviam morrido e mais de 3 mil estavam internadas em hospitais com febre alta, diarréia, vômitos e desidratação. Um surto de cólera. Mais um crime cometido contra o já tão penalizado povo haitiano.
A cólera é transmitida diretamente dos dejetos fecais de doentes por ingestão oral, principalmente por meio de água e alimentos contaminados. Após observar a forma de transmissão da doença, conseguimos vislumbrar a situação pela qual vem passando os haitianos.
Após dez meses do terremoto que desvatou a capital Porto Príncipe - cerca de 1,5 milhão de pessoas ficaram sem teto e 250 mil morreram -, as consequências da irresponsabilidade e do descaso do governo vieram mais uma vez à tona. As verbas bilionárias que foram enviadas para a reconstrução do Haiti, após o terremoto, não foram investidas em tais fins.
A população até hoje continua acampada em locais sem saneamento básico, sem infraestrutura. Em pleno século XXI estão sujeitas a contração de doenças que já foram erradicadas no início do século XX em diversos países.
Antes da divulgação desse surto. o Conselho de Segurança da ONU já havia prorrogado, no dia 14 de outubro, o mandato das tropas internacionais, comandadas pelo governo brasileiro no Haiti. Com a decisão, a Minustah tem garantida mais um ano de atuação no país. O texto aprovado mantém o efetivo de 9 mil soldados e oficiais, além de 4.300 policiais.
Longe de propor qualquer esforço pela reconstrução do país, o texto aprovado pela ONU coloca como principal objetivo das tropas a segurança na realização das eleições em 28 de novembro. “A resolução chama a Minustah a continuar seu apoio ao processo político que tem lugar no país e seguir prestando sua assistência ao governo haitiano e ao Conselho Eleitoral Provisório nos preparativos dos comícios”, diz o texto.
Ou seja, o povo haitiano morre por epidemias, desastres naturais, de fome e devido à repressão dos soldados espalhados pelas ruas. Enquanto isso, as tropas internacionais renovam a permanência no Haiti para garantir a eleição presidencial. Isto é inaceitável e demonstra mais uma vez o papel das tropas comandadas pelo governo Lula naquele país.
A campanha pela retirada das tropas do Haiti aumenta. Iniciativas tem sido tomadas pelos movimentos sindical e popular no Haiti.
Diante desse desrespeito e descaso para com um povo, não só pelo próprio governo haitiano, mas pelos governos que mantêm as tropas ou se calam contra elas, necessitamos denunciar o que vem ocorrendo naquele país.
É preciso denunciar essa nova onda de mortes. É preciso exigir a reconstrução imediata do Haiti e a retiradas das tropas da ONU, comandadas pelo governo brasileiro.
Fonte: http://www.conlutas.org.br/site1/exibedocs.asp?tipodoc= noticia&id= 5571
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