Depois de 112 dias de uma greve heroica os
trabalhadores em educação decidiram em assembleia na noite de ontem suspender a
greve e aceitar a proposta apresentada pelo governo do estado.
Pelo acordo, o governo reconhece o direito do Piso ser
aplicado de acordo com a progressão na carreira; se compromete a pagar o piso de
forma escalonada de 2012 a 2015, segundo proposta a ser elaborada por comissão
composta por governo, parlamentares e sindicato; suspende as demissões a partir
de hoje e revoga as punições anteriores; anistia os grevistas; além de realizar
pagamento imediato de salários e abrir negociação sobre o desconto dos dias
parados.
A avaliação da categoria foi que estes pontos não
contemplam todas as reivindicações pelas quais a greve foi iniciada, mas é uma
grande vitória, considerando a dureza do governo, o desgaste de 112 dias de
greve e as demissões de designados que já haviam se iniciado.
O PSTU acredita que foi correta a suspensão da greve
nestas condições, pois é o que permite algumas conquistas parciais, além de
manter a categoria organizada e unida, pronta para outras batalhas que
certamente virão.
Acreditamos que a greve foi um exemplo para a própria
categoria, pois os que fizeram a greve podem agora demonstrar aos demais de que
ela era justa e que poderia alcançar vitórias.
Foi um exemplo para a classe trabalhadora, pois
demonstra que é possível lutar e é possível vencer, em especial neste momento em
que outras categorias como trabalhadores dos correios e bancários estão em
greve.
E um exemplo para toda a sociedade, pois chama atenção
para a necessidade de valorizar os professores, e portanto toda a educação no
Brasil, com aumento dos investimentos para 10% do PIB já - necessidade que é
negada por ANASTASIA e pelos demais governos de plantão.
A greve foi importante também porque desmascarou o
governo Anastásia, mostrando para os trabalhadores e a população mineiros e de
todo o Brasil que o governo Anastásia é inimigo da educação e dos
trabalhadores.
Em relação ao governo federal, a greve também
demonstrou grandes problemas. A própria lei do piso do governo é ruim, pois abre
brechas para que os governos estaduais a questionem e não implementem o piso, ou
implementem de forma distorcida.
O governo federal se recusou a intervir em Minas
Gerais, para obrigar Anastásia a cumprir o piso. O Ministro da Educação Fernando
Haddad apoiou o governo do estado na contratação de substitutos aos grevistas, o
que enfraqueceu a greve naquele momento.
Por isso, a greve mostrou que não é possível acreditar que Dilma esteja do lado dos trabalhadores, como em vários momentos a direção do sindicato chegou a acreditar.
O PSTU parabeniza os educadores pela greve histórica, e
conclama a todos a seguirmos organizados e unidos para os próximos desafios: o
desafio de reverter as contratações de substitutos dentro das escolas; o desafio
de manter o estado de greve com assembleia dia 8/10 para que a negociação com o
governo avance e seja cumprida.
Assim como estivemos presentes em todas as assembleias
e atividades de greve nas nossas regiões, colocamos agora o PSTU a disposição de
todos aqueles que quiserem fazer parte de uma organização de esquerda, de luta e
socialista.
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