Na última sexta-feira familias ameaças de despejo fizeram um ato público no acampamento improvisado na porta da Prefeitura de Belo Horizonte
Desde quarta-feira (29) estas famílias estão acampadas em frente à Prefeitura de Belo Horizonte e reivindicam abertura de negociação para os casos de ameaça de despejo nas Ocupações de Camilo Torres, Dandara, Irmã Dorothy e Torres Gêmeas
Informes do 2º dia: sob nossas lonas passam milhares...
Fonte: http://www.conlutas.org.br/
Famílias das Ocupações de Camilo Torres, Dandara, Irmã Dorothy e Torres Gêmeas continuam acampadas na entrada principal da Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena.
Até quinta-feira (30/09), o prefeito Márcio Lacerda (PSB) não se prontificou a abrir uma mesa de negociações com vistas à resolução digna do conflito que envolve o destino de mais de 1.500 famílias no total.
Pela Avenida Afonso Pena (umas das principais avenidas da cidade), milhares de pessoas passam sob as lonas onde se encontram estas famílias e testemunham a luta de um povo que se nega a abrir mão de sua dignidade. Apesar da truculência da guarda municipal, da chuva forte, da escassez de alimentos, falta de banheiro e muitas outras dificuldades, a população destas comunidades seguem acampadas, firmes em seu propósito: a construção do DIÁLOGO.
Enquanto isso sensibilizam a população de Belo Horizonte (13ª cidade mais desigual do mundo - fonte: ONU), explicando as razões do acampamento e denunciando os governos municipal e estadual que lavaram as mãos diante da possibilidade de despejo forçado dessas comunidades. Na quinta-feira representantes das Ocupações receberam uma ligação de Brasília informando que o Ministro das Cidades solicitou reunião em regime de urgência com o governo municipal e estadual a fim de inaugurar uma mesa de negociação. Estas famílias seguem esperançosas de que a prudência prevalecerá sobre a intolerância.
Na quarta-feira (29/09) a prefeitura divulgou uma nota em resposta às ocupações-comunidades ameaçadas despejo. Não fez nada mais do que reproduzir o falso argumento que utiliza há pelo menos 15 anos (desde o início das Torres Gêmeas) de que as famílias das ocupações organizadas querem furar a fila da política habitacional.
Em resposta a nota da prefeitura, foi divulgado no blog Ocupação Dandara informe que diz: “Não é verdade que em Belo Horizonte há uma política habitacional bem sucedida. A fila para a moradia popular da prefeitura não anda. Trata-se de uma demanda reprimida há 15 anos”. O documento informa também que existe um déficit habitacional em Belo Horizonte acima de 55 mil unidades, segundo dados da própria prefeitura. Só na região metropolitana, o déficit habitacional está acima de 173 mil casas e no estado em Minas está em torno de 800 mil casas. “O Programa Minha Casa Minha Vida ainda não construiu na capital mineira nenhuma casa para famílias que estão na faixa de 0 a 3 salários mínimos”.



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